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Créditos: Departamento de sociologia da USP |
José Reginaldo Prandi (72 anos) nascido em 14 de maio de 1946, sociólogo, professor e escritor atualmente é professor de Sociologia na Universidade de São Paulo-USP. Possui vários livros publicados, sempre na área da sociologia, transitando entre religião, mitologia, literatura afro-brasileira, literatura e infanto-juvenil e ficção. Suas principais obras são: “Mitologia dos orixás”, “Morte dos búzios”, “Os príncipes do destino”, “Oxumaré” entre outras.
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Crédito: Foto reprodução/Instagram |
Joana Lira (43 anos) nascida em 1976 na cidade de Recife-PE, é artista plástica, designer, ilustradora e cenógrafa de carnaval em Recife. Tem uma carreira vasta como ilustradora, com trabalhos registrados em livros como o “Bruxinho tímido”, “O palhaço e a bailarina” entre outros. Possui também exposições individuais, a última delas intitulada “Quando a vida é uma euforia”, pelo Instituto Tomie Ohtake, São Paulo em 2018, com curadoria de Mamé Shimabukuro.
Fechou os olhos tentando dormir. Não conseguia. O balanço do navio negreiro a enjoava, o corpo doía, o corte no pé latejava. Adetutu não tinha forças para nada, a não ser chorar. Onde estariam seus pequenos Taió e Caiandê? Talvez nunca mais os visse, nunca mais os abraçasse nem lhes desse o leite que agora escorria dos seios inchados e doloridos. (p.8).
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Capa do Livro - Ilustração Joana Lira Editora: Seguinte |
“Contos e lendas Afro-brasileiros: a criação do mundo” narra a história de Adetuu, jovem mãe Africana que é retirada do seio da sua terra, África e trazida forçadamente para o Brasil em um navio negreiro para se tornar escrava. Tentando fugir dos horrores da longa viagem e rememorado as belezas da sua terra natal, durante o tempo em que passa viajando, ela sonha com a criação do mundo realizada pelos orixás, deuses venerados pelo seu povo. Ela acompanha os deuses pelos vários momentos que irão resultar na criação do mundo, ganhando como presente de cada um deles um segredo que ela só usará tempos depois já vivendo no Brasil.
É um livro incrível e muito divertido, os contos narrados nele fazem parte da memória Iorubá e nos apresenta um pouco das crenças e costumes africanos que foram trazidos para cá no período da escravidão, essa herança influenciou fortemente na construção da cultura brasileira e seus traços podem ser percebidos no idioma, na culinária, nas vestimentas e etc.. É uma obra voltada para o público infanto-juvenil, por isso tem um vocabulário adequado para a faixa etária e assim o texto possui uma fluidez, dando linearidade a leitura. Além de reiterar a importância do fantástico, estimulando também a criatividade do leitor em formação.
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Tem início a maior criação da Criação (p.30) |
As ilustrações também merecem destaque nessa pequena análise, Joana Lira fez um trabalho maravilhoso. Elas trazem a essência de cada conto, estabelecendo um diálogo e um equilíbrio entre o que é narrado e as imagens ilustradas, dando um brilho a mais à essa obra. Portanto, temos aqui um livro ótimo e uma experiência de leitura muito gostosa que vem recheada de aventuras emocionantes e outras vezes engraçadas e nos levam a viajar pelo universo Iorubá e da literatura afro-brasileira.
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A Criação do mundo (p.79) |
Em meio à alegria reverente dos presentes, os tambores voltaram soar, e Xangô, pisando descalço o chão do Brasil, dançou a noite toda sob as estrelas de sua nova pátria.Estava criando o candomblé, a religião dos orixás em terras brasileiras. (p.151).
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Na cidade do Salvador, Bahia, Brasil (p.150) |
odiei nao fala a historia
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