[Retrospectiva 2019] 1ª posição (Bônus) - Resenha - Um defeito de cor - Ana Maria Gonçalves

Capa do Livro - Editora Record - Foto reprodução - Instagram: @cafecomlivrossp
Olá leitorxs!!


Então, vamos à resenha sobre “Um defeito de cor” da autora Ana Maria Gonçalves. Esse livro eu conheci por intermédio da @camillaeseuslivros, e em seguida ao comentar sobre ele com outras pessoas, fiquei surpreso ao descobrir o quanto de sucesso ele fazia. Tentei lê-lo algumas vezes, mas a leitura não estava funcionando, acabei deixando-o de lado um tempinho, até que eu resolvesse o que fazer com esse livro. Resolvi copiar a ideia da Camilla (a mesma que me apresentou o livro) e fazer uma leitura compartilhada com a obra, fato esse que me ajudaria a lê-lo com mais calma e não culminaria apenas em uma resenha que talvez não desse a dimensão da importância que essa obra tem. E assim, foram três meses, 15 posts e os sentimentos mais variados possíveis até finalizar essa obra. Agora conheçam um pouco mais sobre esse texto incrível. 

O livro é emocionante do início até o final. Leitura forte, com um texto forte e marcante que te emociona de maneira diferente a cada página lida. Com uma escrita muito bem elaborada, a autora conseguiu me envolver na história, me deixando sempre muito curioso acerca do que viria a seguir, não permitindo que parássemos de ler.

Várias coisas merecem destaque nessa pequena analise, começo pelas descrições das paisagens, em alguns momentos viajamos pelos locais descritos como se estivéssemos vivendo cada momento junto com Kehinde, a protagonista. 

Outro detalhe que me chamou a atenção foi contato com a cultura africana que a obra nos proporciona. Por se passar no período escravocrata e baseada em fatos reais, no decorrer da narrativa, um percurso histórico vai sendo construído e muita coisa acerca da formação cultural afro-brasileira é explicada, mostrando como foi o processo de apropriação, embora ainda hoje seja negado, da cultura africana pela sociedade brasileira, como por exemplo, as palavras em iorubá, presentes principalmente na religião, revelam a influência dela em nosso vocabulário. 

Seguindo ainda por essa vertente cultural, outra coisa que me chamou a atenção é a proximidade das religiões de matriz africana. Sendo leigo no assunto, achei incrível a forma como a religião foi abordada, apresentando diversidade e riqueza dos vários cultos aos orixás, voduns e outros e como esses cultos acontecem.

Outra coisa que achei interessante a mudança na forma da escrita após o nascimento do segundo filho e a narradora começa a falar diretamente com esse novo filho, como se tivesse lhe enviando cartas, narrando tudo que aconteceu em sua vida, deixando a escrita e a leitura mais pessoal. Reitero o quão o texto é bem escrito, pois a Ana Maria Gonçalves fez um belíssimo trabalho nesse quesito, e reafirmo também que esse não é um texto fácil de ser lido, pela intensidade de algumas cenas descritas. 

Finalizando, confesso que fiquei muito curioso para descobrir se ela conseguiu se encontrar com o filho ou se ele recebeu esse relato emocionante que foi transformado em livro. Adorei acompanhar o relato e dividir com vocês essa aventura com os posts semanais, espero que leiam, gostem e apresentem como eu saboreei essa história. Chegamos ao fim da jornada de Kehinde e com certeza esse é um dos melhores livros que eu já li na vida.

A nossa retrospectiva chega ao fim, espero que vocês tenham gostado, desejo a vocês um ano lindo repleto de realizações e excelentes leituras sempre... Até mais queridxs!

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