[Resenha] O Casamento – Victor Bonini
Capa do livro - Faro Editorial |
A resenha de hoje é sobre o livro “O Casamento”, segunda obra do autor Victor Bonini, publicado em 2017, pela Faro Editorial. Novamente, Bonini conseguiu me surpreender, apresentando um texto muito bem escrito, envolvente e com um final espetacular. Preciso salientar que, mais uma vez, fiquei com a sensação de que “a gente nasce, cresce, compra o livro, faz a leitura, é feito de trouxa e morre”. Talvez seja esse, o fato dos seus livros se transforarem em grandes sucessos.
Em “O Casamento”, Bonini nos guia por caminho marcado com migalhas de pão e quando percebemos, já estamos perdidos, no meio de uma floresta assombrada. Em mais uma trama de mistério, o autor consegue nos prender do início ao fim do livro, com uma escrita leve e repleta de muito mistério.
Todos esperavam por um casamento inesquecível... e conseguiram. Só não esperavam que fosse daquela maneira. No dia do casamento de Diana e Plínio, todos estavam radiantes, aguardavam pelo momento que a noiva entraria no salão de festa do Hotel Fazenda Cardeais e desse o tão esperado “sim” ao seu noivo, que junto com familiares e amigos, aguardariam ansiosos pela entrada da noiva. Porém, pouco antes do casamento acontecer, uma pessoa fora assassinada, um crime covarde e brutal que chocou a todos os presentes, tornando-os também suspeitos. Mas, quem seria capaz de fazer tal barbaridade e quais motivos incentivaram para que o ato, com tamanha crueldade, ocorresse? O detetive particular, Conrado Bardelli, também convidado da festa, que fora contratado para encontrar um (a) chantagista, se vê envolto numa teia de intrigas, em um dos casos mais desafiadores da sua carreira. Para complicar ainda mais, outros dois assassinatos acontecem e todos os três crimes parecem ter alguma relação. Assim, além de encontrar um (a) chantagista, agora precisa também encontrar um (a) assassino (a).
- Uma coisa é aceitar uma verdade.(...) Mas suspeitar é outra coisa. É involuntário. Automático como perceber que você ama alguém. De repente, você nota que alguma coisa não encaixa. E o seu cérebro faz o resto. O seu coração pode escolher ignorar aquilo, tudo bem, mas calar o cérebro e matar a razão. (p. 347).
É interessante perceber, como o autor vai nos guiando pela trilha de mentiras, dando pistas (nem sempre verdadeiras) que irão culminar na resolução do caso. Um romance policial, com uma pitada de suspense psicológico que com certeza vai mexer com a sua cabeça. As reviravoltas do enredo e as surpresas do final, tornam esse, na minha opinião, o melhor livro do Bonini que eu li até o momento.
Outra coisa que eu adorei, que também acontece em “Quando ela aparecer” (resenha AQUI), é a forma como o autor brinca com o tempo. Embora a leitura seja linear e muito tranquila, o tempo não é cronológico, Bonini volta ou avança no tempo, para explicar acontecimentos que serão decisivos no entendimento do caso.
Por fim, está aí uma excelente indicação para quem gosta de histórias policiais intrigantes. O nosso Rei do Crime, Victor Bonini, encontrou o seu espaço como escritor e, se aproveitando da sua experiência como repórter, nos entrega textos bem escritos e com muita destreza, levando a crer que o autor segue à risca os ingredientes para um bom romance policial.
Sobre o autor:
Foto reprodução: Acervo pessoal do autor - Facebook |
Victor Bonini nasceu em São Paulo, morou em Vinhedo, interior do estado, e voltou à capital aos dezoito anos para cursar jornalismo. Sempre lhe perguntam se, ao longo da vida, havia indícios de que seria um autor de mistério. Aos sete anos, escolheu o filme Pânico como tema da festa de aniversário. Na adolescência, devorou todos os livros policiais e de terror que pôde encontrar. Na universidade, seu elogiado trabalho de conclusão de curso, em parceria com Mariana Janjácomo, foi um livro sobre o caso Pesseghini, apresentando vários aspectos do crime que chocou o país em 2013. O trabalho não foi publicado a pedido da família das vítimas. E aos vinte e dois anos, quando lançou seu primeiro livro, Colega de Quarto, pela Faro Editorial, ele finalmente entendeu que escrever é a forma de dar vazão a debates internos sobre a lógica de crimes e a mente dos psicopatas — pensamentos que o assombram como ideias para a ficção, querendo emergir. Victor passou pelas redações da GloboNews, TV Gazeta e Revista Veja. Atualmente é repórter da TV Globo, em São Paulo. (Texto retirado do livro "Quando ela desparecer).
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