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Mostrando postagens de março, 2019

[Resenha] Eles: contos – Vagner Amaro

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Capa do livro - Bruno Pimentel Francisco - Editora Malê   Livro bem atual, lançado há pouco tempo, e nele, uma reunião de contos que aborda os temas mais diversos da nossa sociedade, convidando o leitor à reflexão sobre muitas questões. “Eles: contos” é o livro de estreia de Vagner Amaro como autor, acredito que tenha sido um início muito bom. Na obra, ele apresenta contos curtos, fortes, em uma linguagem muito clara. Gostei muito da maneira direta com a qual escreve o Vagner Amaro, sem arrodeio e muito coerente em tudo que expõe.  Falando sobre os contos, gostaria de destacar algumas características as quais me chamaram a atenção; por exemplo, em “O perfume de Olavo”, adorei a maneira com que o autor brincou com os cheiros e como eles conseguem ativar a nossa memória olfativa... “ ..., o cheiro do bolo tomava conta do ambiente ”, “ ...O cheiro de cerveja, sangue, mijo, bafo e suor tomava conta” ; duas cenas completamente diferentes mas, que desenham em nossa mente os espaço

[Resenha] Vozes anoitecidas – Mia Couto

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Capa do Livro - Editora: Companhia das Letras   ...esperar não é a mesma coisa que ficar à espera. (Conto “A menina do futuro torcido”, p. 130.) . Sou muito suspeito para falar das obras do Mia Couto. Sou fã da maneira como ele escreve, da leveza, da criatividade, pra mim, é um dos melhores escritores da atualidade. No livro “Vozes anoitecidas”, nada é diferente do que foi citado, o autor imprimi a sua personalidade em cada conto escrito. É difícil fazer resenhas sobre coletâneas de contos, poemas e etc., pelo simples fato de não apresentarmos aqui uma análise conto a conto e sim uma percepção nossa após a leitura do livro. Então vamos lá. “Vozes anoitecidas” é uma obra muito agradável. Dividida em doze contos, nos quais, Mia Couto consegue misturar poesia e prosa e nos apresenta textos muito bem elaborados. Outra coisa marcante, é a mistura de realidade e ficção, registros orais e escritos, abordando também um pouco da cultura moçambicana, principalmente os seus mitos

[Resenha] O genocídio do negro brasileiro: processo de um realismo mascarado – Abdias Nascimento

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O trabalho de pesquisa aqui presente, foi escrito por Abdias Nascimento, a pedido do professor Zio Zirimu e deveria ser apresentado no Festival Mundial de Artes e Culturas Negras e Africanas na cidade de Lagos - Nigéria, no ano de 1977. Além do autor, a obra conta com textos complementares de Florestan Fernandes, Wole Soyinka e Elisa Larkin Nascimento. Aqui, Abdias Nascimento explica ao leitor o boicote que o seu trabalho sofreu pelo evento já citado, apontando possíveis motivos para tal boicote, pois, segundo o autor, o texto estava dentro de todas regras predeterminadas pelo evento. Ele acredita que por apresentar uma denúncia às injustiças sofridas pela população negra no Brasil, assim como, o silêncio e o apagamento da cultura africana e afro-brasileira em território nacional, a recusa do seu trabalho, deve-se a questões puramente políticas, pois como já citado, a sua pesquisa se encaixava nas regras de publicações propostas, não havendo assim um motivo plausível para

[Indicação] A criação do mundo e outras belas histórias indígenas – (Org.) Emerson Guarani e Benedito Prezia; Ilustrações – Gilberto Tomé

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Capa do Livro - Ilustração Gilberto Tomé - Editora Formato É sabido que a cultura indígena influenciou as bases e a construção da cultura brasileira. Hoje no Brasil, existe cerca de 225 sociedades indígenas distribuídos por todo território nacional, cada uma dessas sociedades, constitui povos com hábitos, costumes e línguas diferentes. “A criação do mundo e outras belas histórias indígenas” organizado por Emerson Guarani e Benedito Prezia, com ilustrações de Gilberto Tomé, é um livro muito interessante, de leitura muito tranquila que reúne vários contos indígenas de etnias diferentes. São diversos textos, que contém mitos, poemas, preces e  as crenças dos índios.  Trata-se aqui de uma belíssima obra, levando em consideração os numerosos relatos encontrados pelos organizadores. Emerson Guarani e Benedito Prezia, por meio das suas escolhas, nos mostra a visão dos índios em relação ao cosmos, à natureza, ao ambiente e ao futuro. Nessa obra, os editores deram prioridade a textos